Jhon, pare!!!
Hoje ele teve
a impressão de que algo aconteceria. Não se sabe o porquê, mas Jhon percebia
algo. Sempre foi assim. Uma esquizofrenia ora doce, ora amarga, ele procurava
respostas para a sua existência: será que algo superior me proporciona algo
hoje? Jhon questionava. Ele nem se olhava ao espelho. Sua própria imagem o
acusava, e ele nem sabia de quê. Como é ser acusado por sua própria imagem ? Ele gritava para ele e como um eco a sua voz o
atormentava. A sua única diversão era o silêncio (contraditório isso) e a
escrita dos poemas doces. Doce. Doce? Ele achava que a sua escrita era doce
como um algodão doce. Nunca provou um. Ele caminhou por entre seu silêncio
buscando essa impressão que percebia ou que sentia. Às vezes se achava
paranormal. Ah! E sentia uma energia. Ele dizia que era feito uma pilha que a
qualquer momento acabaria. Nunca acabava. Já estava com uns vinte e poucos anos
e nunca acabou. Pensava que essa pilha era carregada por uma bateria do além.
Era apenas se eles quisessem que bumm. Eles? Dizia que eram os anjos. Jhon não
se preocupava com os outros, era da sua casa para a escola e da escola para sua
casa. Que vida. Vida? Só olhava para o seu umbigo. Nunca abraçava ninguém e
nunca deixavam que fizessem o mesmo. Dizem os médicos, que de tantos a tantos
abraços faz um bem tremendo. Ele nem ligava pra isso. O toque era apenas com o
olhar. Nunca se viu um toque-olhar tão perfeito quanto o de Jhon. Quem
conseguisse isso era um felizardo. E Jhon pressentia algo. Eram como ondas se
espraiando a sua impressão. Às vezes a gente morre e não pressente o dia: há
algum tempo atrás ele morria constantemente quando alguém o desnudava, hoje só
dói. Todos passam por dores. Jhon achava que a dele sempre era maior: “parece
que carreguei o mundo nas costas hoje”. Parecer não é estar ou ser. Ele não
entendia. Buscava na filosofia a busca de suas dores. Era estudante de Filosofia.
Filosofava e não encontrava as respostas. Era “um humano, demasiado humano”. Ele
precisava apenas enxergar que a impressão era o próprio que causava, por que
esperava sempre algo negativo. Alguém o disse: Jhon, o espelho está embaçado
porque está sujo. Sujo? E foi aí que ele limpou...
Hoje ele teve a impressão de que algo
aconteceria. E aconteceu...
Dayvson Fabiano
02/05/2013
Obs: Texto antigo. Não lembro de datas.
1 comentários:
Daí o fato. O filósofo põe dúvidas e traz dúvids... Jhon é o títico ou atípico questionador... Mas sabe-se, pelas descrições, que Jhon tem problemas demasiado complexos...
Muito bom o texto. Gosto muito de ler seus contos... Me impressiona...
Saudades!
Beijos!
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